quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Livros, se não tê-los, como sabê-los?

Tenho dois motivos para escrever as linhas que seguem. Primeiro, hoje eu dei aula sobre Leitura Crítica. Segundo, eu gosto muito quando alguém lê um livro indicado por mim e fica apaixonado por ele como eu, até porque eu só indico livros que curto e não termino de ler livros chatos, nem quando eu era obrigada na Faculdade.

Ler é bom, eu não preciso provar isso para ninguém (aliás, para meus alunos eu preciso!). Quando eu era mais imatura que agora (vivo em processo de maturidade), eu vivia a máxima "não discuto com quem não lê", agora eu indico livros, o processo está evoluindo.

Leio algumas coisas, de autoajuda a qualquer outra coisa bem escrita. Leio porque eu gosto mesmo, mas não todo dia. Não devoro 20 livros por ano, mas leio alguns. Não gravo nome de autores, mas sou fã de uns poucos e bons.

Eu gosto de cheiro de livro novo e do cheiro que a gente deixa nos livros. Já chorei, já me estapiei, já xinguei, já refleti, já formei e já mudei de opinião com pessoas que nunca vi, porque eles vieram até mim em seus livros.

Não gosto de quem conversa sobre leitura contando os livros que leu: esse ano eu já li 46 livros! Eu gosto é de gente que fala de livro com o olho brilhando. Eu paro para ouvir a análise apaixonada sobre um livro. Pra mim parece a revelação de um segredo íntimo.

Gosto de dar livros e de indicá-los. Mas não empresto os meus, eu sei isso não é evolução. Já tentei me desapegar, alguns até saíram de casa, mas agora eu retrocedi, não quero mais que meus livros vivam sem mim... Porque eu gosto de relê-los. Os melhores, claro.

Mas talvez indicar livro é a parte mais divertida de toda essa história. Indicar um livro é mais ou menos isso: Lê aquilo lá porque lá tem o que eu não sei te dizer. O mesmo que: para dor no estômago, chá de boldo.

Tenho uma relação bem próxima com livros, pelo meu trabalho, pela minha paixão, pela minha criação. Eles são próximos de mim. Eu diria, dormem comigo. Mas isso não me faz uma intelectual, faltam umas centenas para eu chegar aí.

Sou apenas uma leitora chata, que não lê livro chato.
Que indica livros.
Que não empresta livros.
Que curte livros.

P.S: relendo "Tempos de Espera", de Fábio de Melo. Um livro que cheira a jardim.



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