sexta-feira, 25 de março de 2011

Eu sempre vou amar o meu avô

Eu tinha dito a mim mesma que nunca mais escreveria sobre ele. Eu sempre choro de soluçar quando eu faço isso, porque ele é a pessoa que eu mais amo na vida. Sim, vida, porque o amor eterniza tudo.

Ontem fez 24 anos que eu não tenho mais colo para dormir. Nem ninguém para eu esperar chegar do trabalho. Nem os biscoitos de chocolate são mais os mesmos, porque ele não está mais aqui para me dar. Faz esse tempo todo aí que me disseram que meu avô tinha ido morar com Papai do Céu.

Tenho certeza que naquele dia eu fiquei de mal com o Papai do Céu. Por que ele levou meu avô de mim? E nem me perguntou se eu teria outro colo para dormir. Foi me tirando assim sem nem saber se eu ia conseguir ficar sem, se eu ia sofrer, se minha casa ia ficar de pé, se minha vó saberia viver sem metade, se minha mãe ia conseguir viver sem seu mestre, se meus tios saberiam cuidar de mim sem ele... Eu tenho certeza que fiquei de mal com Papai do Céu há 24 anos... Era uma criança que chorava muito e queria que tudo fosse diferente.

E mesmo com o tempo, tudo dói do mesmo jeito. Ninguém sabe comprar biscoitos para mim! Mas, o mais doído é saber que a Maria, que a Aninha, que a Clarinha, que o Jota, que o Tetê, que a Milena e meus outros amores não tiveram a sorte de ter o colo dele. Resta a eles a imaginação do que eu pude viver intensamente...

Porém, todos carregamos as lições que ele deixou. Ética, verdade, solidariedade, coragem, amor... Foi meu avô que plantou essas sementinhas na gente. Pena que não deu tempo para ele ficar regando, tivemos que aprender sozinhos... Mas, há quem diga que o que vale mesmo são as sementes estarem no chão, né? E ele as plantou...

Eu sempre vou amar o meu avô. Acima de qualquer amor que eu possa descrever... Como diz o Tetê, quando eu chegar no céu quero que Deus me mostre logo para ele. Eu vou sair correndo, nem vou querer saber das regras de boa convivência por lá, sairei correndo por jardins floridos e ele vai estar sentado numa calçada me esperando. Assim como era quando eu chegava da escola.

Vô, eu tenho orgulho de ser tua e orgulho da família que o senhor deixou para mim. Eu te amo. Para sempre...

(Lágrimas, soluços, sorrisos...)

3 comentários:

Anônimo disse...

Que Texto lindo amiga!!!!!Chorei junto com vc.
Elcy

Rúbia disse...

Obrigada, Flor!

Karine Freithas disse...

olhos molhados...porq entendo bem sua dor, ainda hj prefiro viver a ilusão de q meu zé de Freitas está lá em Santarém, por isso resistirei até o fim para não ter q encarar esta realidade de voltar e não o encontrar...Não tem um dia se quer que eu acorde sem pensar nele...abraços em vc querida!