quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Afago para minha Bailarina

Ela mordeu uma enfermeira até sair sangue, porque a mulher foi me aplicar um injeção quando eu era bebê. Ela me ajudava a roubar batida de côco do Tio Paulo, não porque aquilo era bom e sim porque era bom irritar o Tio Paulo. Ela não deixava eu brincar na chuva, porque fazia mal, mas ela sempre tomava banho de chuva e de lama e eu via tudo da janela. Ela me jogou na cerca com raiva e quando ela caiu da árvore mais alta do quintal eu chorei mais que ela. Eu fiquei com raiva do Pompom (o cachorro da família) porque ele mordeu o suvaco dela. Ela brigava na escola e eu ficava com medo de apanhar por causa dela. Ela namorou o menino mais feio do colégio e eu fazia de conta que nem a conhecia. Ela reclama que eu sou a única da família que não foi da seleção da escola, mas eu tive outros méritos.

E assim a vida foi acontecendo e eu achando que ela era minha Gêmea. Nunca soube se minha mãe era mais mãe do que irmã dela, não sei até hoje. Tivemos sempre as mesmas pessoas cuidando de nós, ela tinha ciúmes de mim, enchia meu saco, mas quando era o final da tarde, íamos sentar as duas na calçada para esperar o vovô chegar do trabalho, ele sempre trazia Petybom pra gente. E de noite pegávamos escondidas as roupas da Corro para brincar de desfile atrás do guarda-roupas da vovó.

Agora eu preciso dizer pra ela que estou cumprindo a promessa de ver aquele capelo sendo jogado pra cima. Eu não te disse que eu viveria isso contigo? Estou aqui, só esperando o dia 26/08. É um título seu, mas que pra gente nem precisava, sempre soubemos de sua graduação para as atividades físicas e suas especialidades.

E agora, minha Bailarina, quem vai te segurar? Muitos palcos virão e eu estarei te aplaudindo com sempre foi... Igualmente como eu fazia quando tu jogavas bola na escola e eu tinha orgulho de ser tua gêmea, apesar de ninguém entender porquê eu não jogava nada.


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